Um
aparente paradoxo
Uma
reportagem desta edição de Veja se detém diante de um aparente paradoxo. Apesar
de o Brasil ocupar apenas a 130º posição no ranking anual Doeing Business, que
classifica 185 países por seu bom ambiente de negócios – o que nos deixa nas
imediações de Uganda, Etiópia e Quênia – somos o sexto maior receptor de
investimentos estrangeiros do mundo. Com 60 bilhões de dólares estimados para o
fim de 2012, o país fica atrás somente de China, Estados Unidos, Hong Kong,
França e Reino Unido. Como se explica a coexistência de fenômenos tão díspares
no Brasil?
O
primeiro impulso é concluir que os investidores estão mal informados sobre a
insanidade burocrática, o labirinto fiscal, a ingerência exagerada do governo
na economia e a fúria legiferante, realidades que nos equiparam aos países mais
hostis à atividade produtiva. Não. Os investidores sabem muito bem as
dificuldades de se estabelecerem no Brasil. A conclusão correta é que vêm para
cá apesar de todos os obstáculos.
O
Brasil tem o agronegócio exportador mais produtivo do mundo, tem minério,
petróleo, mas, principalmente, tem um grande mercado interno, que agregou no
decorrer da última década 40 milhões de novos e ávidos consumidores. Eles são a
garantia de demanda aquecida. O governo não perde uma chance de reafirmar que,
para ter acesso sem barreiras aos consumidores brasileiros, é preciso fabricar
no Brasil. Por isso, mais de 40% dos dólares investidos no país miram o mercado
consumidor de produtos ou serviços. Seguindo o caminho da Peugeot Citroën,
Toyota, Honda e Hyndai, a alemã BMW anunciou na semana passada que vai erguer
uma fábrica em Araquari, no norte de Santa Catarina. O entrevistado das Páginas
Amarelas desta edição, Edson de Godoy Bueno, da Amil, é o exemplo mais recente
no setor de saúde. Ele vendeu parte de sua empresa a um grupo americano por
mais de 6 bilhões de reais.
Com
tanta coisa a favor, é de imaginar o salto de qualidade de vida que o Brasil
daria a sua população se capinasse a selva burocrática, racionalizasse a
cobrança de impostos e incinerasse as resmas de leis inaplicáveis ou inúteis.
Mudaria de patamar econômico. Livre desses entraves à atividade produtiva,o
Brasil certamente sairia do último vagão dos países de ambiente empresarial
inóspito para disputar um lugar de locomotiva.
(Revista Veja, 31 de outubro de 2012)
1 – Qual a ideia principal do
texto?
2 – Na última oração do 1º
parágrafo a palavra ‘díspares’ poderia ser substituída por ‘iguais’ sem mudança
no sentido? Justifique sua resposta.
3 – Quais os argumentos que foram
usados no texto para fundamentar as ideias?
4 – Qual o gênero do texto?
Marque a alternativa correta e justifique sua resposta.
a)
Um conto;
b)
Uma
dissertação-argumentativa;
c)
Uma
entrevista;
d)
Uma carta
argumentativa;
e)
Uma fábula.
5 – quais as características do
gênero escolhido na questão anterior?
6 – Qual a finalidade desse
gênero?
7 – No 3º parágrafo na linha 5 o
conectivo ‘por isso’ poderia ser substituído por ‘para que’ sem perder o
sentido? Justifique.
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