domingo, 24 de março de 2013

O Romantismo no Brasil...



ROMANTISMO NO BRASIL – A PROSA

O ROMANTISMO TEVE AMPLA ACEITAÇÃO ENTRE OS LEITORES DE LITERATURA NO BRASIL. ISSO SE DEVE PRINCIPALMENTE A DOIS FATORES: A IDENTIFICAÇÃO IMEDIATA DO PÚBLICO COM A POESIA ROMÂNTICA, DE COMUNICAÇÃO DIRETA E ACESSÍVEL, E O APARECIMENTO DO ROMANCE EM NOSSO PAÍS, UM GÊNERO LITERÁRIO NOVO, QUE AGRADAVA AO PÚBLICO BURGUÊS PELO FATO DE ABORDAR TEMAS COMUNS DA VIDA COTIDIANA.

O ROMANCE E O FOLHETIM

TANTO NA EUROPA QUANTO NO BRASIL, O ROMANCE SURGIU SOB A FORMA DE FOLHETIM, PUBLICAÇÃO DIÁRIA, EM JORNAIS, DE CAPÍTULOS DE DETERMINADA OBRA LITERÁRIA. ASSIM, AO MESMO TEMPO QUE AMPLIAVA O PÚBLICO LEITOR DE JORNAIS, O FOLHETIM AMPLIAVA O PÚBLICO DE LITERATURA.

INICIALMENTE, OS FOLHETINS PUBLICADOS NO BRASIL ERAM TRADUÇÕES DE OBRAS ESTRANGEIRAS; POSTERIORMENTE FORAM LANÇADAS PRODUÇÕES NACIONAIS. SEU PÚBLICO LEITOR, FORMADO PRINCIPALMENTE POR MULHERES, INCLUÍA TAMBÉM ESTUDANTES, COMERCIANTES, MILITARES E FUNCIONÁRIOS PÚBLICOS.

O FOLHETIM DESAPARECEU NO SÉCULO XIX, ENQUANTO O ROMANCE EVOLUIU. FOI OBJETO DE NOVAS EXPECTATIVAS E TEM SUA ESTRUTURA MODIFICADA. APESAR DISSO, O GÊNERO DO FOLHETIM FOI RETOMADO NA LITERATURA NA DÉCADA DE 1970 PELO ESCRITOR MÁRCIO DE SOUZA, COM SEU GALVEZ, O IMPERADOR DO ACRE.

ROMANCE BRASILEIRO E A IDENTIDADE NACIONAL

COM A INDEPENDÊNCIA, EM 1822, OS ARTISTAS E INTELECTUAIS BRASILEIROS EMPENHARAM-SE EM DEFINIR UMA IDENTIDADE CULTURAL DO PAÍS. AFINAL, O QUE ERA SER BRASILEIRO NAQUELE MOMENTO? QUAL A NOSSA LÍNGUA, NOSSA RAÇA, NOSSO PASSADO HISTÓRICO, NOSSOS COSTUMES E TRADIÇÕES?

O ROMANCE, MUITO MAIS DO QUE A POESIA, PROCUROU DAR RESPOSTAS A ESSAS PERGUNTAS, ASSUMINDO O PAPEL DE PRINCIPAL INSTRUMENTO DE CONSTRUÇÃO DA CULTURA BRASILEIRA. ASSIM, PROCURANDO “RE-DESCOBRIR” O PAÍS, O RAMANCE BRASILEIRO ESTÁ RADICALMENTE LIGADO AO RECONHECIMENTO DOS ESPAÇOS NACIONAIS, IDENTIFICADOS COMO A SELVA, O CAMPO E A CIDADE, QUE DERAM ORIGEM, RESPECTIVAMENTE, AO ROMANCE INDIANISTA E HISTÓRICO (A VIDA PRIMITIVA), O ROMANCE REGIONAL (A VIDA RURAL) E O RAMANCE URBANO (A VIDA CITADINA). JOSÉ DE ALENCAR, POR EXEMPLO, O MAIOR ROMANCISTA DE NOSSO ROMANTISMO, ESCREVEU OBRAS QUE ENFOCARAM ESSES TRÊS ESPAÇOS, COMO O GUARANI, ROMANCE HISTÓRICO-INDIANISTA; O GAÚCHO, ROMANCE REGIONAL; E SENHORA, ROMANCE URBANO.

AS PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DA PROSA ROMÂNTICA:
·      SENTIMENTALISMO;
·      IMPASSE AMOROSO, COM FINAL FELIZ E TRÁGICO;
·      OPOSIÇÃO AOS VALORES SOCIAIS;
·      PERIPÉCIA;
·      FLASH BACK NARRATIVO;
·      O AMOR COMO REDENÇÃO;
·      IDEALIZAÇÃO DO HERÓI;
·      IDEALIZAÇÃO DA MULHER;
·      PERSONAGENS PLANAS;
·      LINGUAGEM METAFÓRICA.

ROMANCE INDIANISTA

O INDIANISMO FOI UMA DAS PRINCIPAIS TENDÊNCIAS DO ROMANTISMO BRASILEIRO. DELE SAÍRAM, TANTO NA POESIA QUANTO NA PROSA, ALGUMAS DAS MELHORES REALIZAÇÕES DA NOSSA LITERATURA ROMÂNTICA. NA POESIA DESTACOU-SE GONÇALVES DIAS E NA PROSA, JOSÉ DE ALENCAR.
O PRESTÍGIO DESSA CORRENTE ENTRE O PÚBLICO FOI AMPLO E IMEDIATO. VÁRIOS FATORES CONTRIBUÍRAM PARA SUA IMPLANTAÇÃO E SOLIDIFICAÇÃO EM NOSSA CULTURA, TAIS COMO:

·      TRADIÇÃO INDIANISTA COLONIAL – A VIDA E OS COSTUMES DOS ÍNDIOS SEMPRE DESPERTARAM CURIOSIDADE E INTERESSE. JÁ NOS SÉCULOS XVI E XVII TINHAM SIDO ESCRITAS CARTAS, TRATADOS E POEMAS EM TORNO DO ÍNDIO BRASILEIRO. NO SÉCULO XVIII, A ÉPICA DE BASÍLIO DA GAMA E A DE SANTA RITA DURÃO DERAM CONTINUIDADE AO TEMA;
·      O ÍNDIO VISTO COMO O “BOM SELVAGEM” – AS IDEIAS DO PENSADOR ILUMINISTA E PRÉ-ROMÂNTICO JEAN-JACQUES ROUSSEAU TIVERAM AMPLA ACEITAÇÃO ENTRE OS ROMÂNTICOS BRASILEIROS. PARTINDO DO PRINCÍPIO DE QUE O HOMEM É ORIGINALMENTE PURO, MAS SE CORROMPE AO ENTRAR EM CONTATO COM A CIVILIZAÇÃO, ROUSSEAU VIA NO HOMEM PRIMITIVO, NO SELVAGEM, O MODELO DE SER HUMANO. TANTO O ÍNDIO QUANTO O PRÓPRIO BRASIL PASSARAM A SER VISTOS COMO PARTES DE UM “PARAÍSO AMERICANO”, A SALVO DA DECADÊNCIA DA CIVILIZAÇÃO EUROPEIA;
·      O ÍNDIO COMO SÍMBOLO DE NACIONALIDADE – NA TENTATIVA DE DEFINIR A ETNIA BRASILEIRA, OS ESCRITORES ROMÂNTICOS CONSTATARAM QUE O ÍNDIO ERA O VERDADEIRO REPRESENTANTE DA RAÇA BRASILEIRA, MAIS QUE O BRANCO E O NEGRO. A SIMPATIA PELO ÍNDIO ERA RESULTADO TAMBÉM DO TRABALHO DE CONSCIENTIZAÇÃO FEITO PELOS JESUÍTAS NO SENTIDO DE PRESERVAR A LIBERDADE DOS SILVÍCOLAS.

sexta-feira, 8 de março de 2013

A importância da mulher na sociedade...



Enfrentando diversas discriminações e adaptações em relação aos “afazeres puramente femininos”, como cuidar de casa e da família, a mulher conseguiu superar suas dificuldades e ainda administrar seu tempo a favor de suas atividades, para que as questões familiares não entrem em conflito com questões profissionais e sociais. A mulher ainda é alvo de grande discriminação por aqueles que ainda acreditam que “lugar de mulher é no fogão” e por isso enfrenta o grande desafio de mostrar que apesar de frágil é ainda forte, ousada e firme na tomada de decisões, quando necessário.

A mulher tem marcado as últimas décadas mostrando que competência no trabalho também é um grande marco feminino. Apesar de ser taxada como sexo frágil, a mulher tem se mostrado forte o bastante para encarar os desafios propostos pelo mercado de trabalho com convicção e disposição. A fragilidade da mulher, ou melhor, a sensibilidade da mulher, tem grande colaboração nas influências humanas que se tenta propagar na atualidade, pois, como se sabe, o mundo passa por transformações rápidas e desastrosas que precisam de mudanças imediatas. A mulher consegue transmitir a importante e dura tarefa de mudar hábitos com a clareza e a delicadeza necessária para despertar o envolvimento de cada indivíduo e a importância da mudança de cada um.

O avanço feminino frente à política e à economia ainda mostra a força da mulher em perceber e apontar os problemas tendo sempre boas formas de resolvê-los assim como os indivíduos do sexo masculino, o que evidencia o erro de descriminar e diminuir o sexo feminino privando-o a apenas poucas tarefas (domésticas).

A realidade do crescimento do espaço feminino tem sido percebida pela participação da mulher em diferentes áreas da sociedade que lhe conferem direitos sociais, políticos e econômicos, assim como os indivíduos do sexo oposto.
                                                           
                                                                                                                                        Gabriela Cabral

domingo, 3 de março de 2013

Gentileza gera gentileza...



Princípios de Educação – como tratar o próximo
                                                                         Pensar no outro é uma forma de ser educado
Jussara de Barros


             Quando pequenos aprendemos que para conviver em grupo nem sempre as coisas irão acontecer conforme nossas pretensões. Aos poucos, no relacionamento  com nossa família, vamos descobrindo que algumas atitudes não são bem aceitas pelas pessoas e criamos as primeiras regras  de convivência. Porém, com opassar do tempo, vamos perdendo  o hábito de sermos gentis com o próximo.
Devido à correria do dia-a-dia, as pessoas encontram-se estressadas, sem tempo para se divertir e aliviar suas tensões, pensando que tem o direito de maltratar os outros, falar de qualquer jeito, implicar ou tratar com desdém. Essas atitudes fazem com que as pessoas se afastem umas das outras, pois ninguém gosta de ser tratado com rispidez e desvalorização.
Algumas palavras expressam delicadeza e educação na forma em que tratamos os outros. Em contrapartida, há outras que demonstram falta de consideração e desrespeito. É importante que as palavras mágicas façam parte da nossa rotina de convivência, pois através delas podemos nos colocar como pessoas educadas, que desejam bem ao seu próximo.
Antes de tratar uma pessoa de qualquer jeito é bom se colocar no lugar dela, tentar perceber aquilo que gosta e que não gosta ou como será sua reação ao ouvir o que você quer dizer, pois cada um tem suas peculiaridades, sua forma de ser e agir.
Existem regras básicas de como devemos nos tratar para conseguirmos manter um relacionamento agradável com todos. Desejar bom dia, boa tarde e boa noite com um sorriso no rosto; não falar mal das pessoas; se dirigir ao próximo sem usar palavras ríspidas e grotescas; manter atitudes de delicadeza; usas as palavras mágicas – por favor, com licença, obrigada; perguntar se está tudo bem; mostrar interesse pelas coisas do outro; ouvir com atenção o que o outro quer dizer; não falar por cima da fala do outro, mas um de cada vez; ceder a cadeira que você está sentado para as pessoas mais velhas, etc.
É bom lembrar que as pessoas não são iguais e que as diferenças servem para enriquecer a vida, para trazer experiências de convivência que nos acrescentam valores éticos e morais, desde que sejam vistas dessa forma. Olhar para o outro de forma crítica, não aceitando e respeitando seu jeito de ser pode fazer com que acreditemos que tudo deva acontecer de acordo com nossas vontades.
Na verdade o que o outro tem que mais nos incomoda é aquilo que gostaríamos de ter ou ser igual e, como não conseguimos, criamos resistência em aceitar que o outro alcance.
Não afronte o outro, mas resista à sua própria capacidade de não aceitá-lo. Esse exercício o levará a conquistar novos sentimentos em relação às pessoas de sua convivência, além de fazer com que você cresça como pessoa e seja bem visto e bem querido por todos.

sexta-feira, 1 de março de 2013

Para refletir...



A Boa escola
Lya Luft

Brasília – O texto a seguir, que trata do excessivo número de faculdades sem a necessária qualidade, e da importância do Exame de Ordem para qualificar os profissionais, é de autoria da escritora Lya Luft em sua coluna da revista Veja desta semana.

Meu brilhante colega Gustavo Ioschpe, uma das mais lúcidas vozes no que diz respeito à educação, escreveu sobre o que é um bom professor. Eu já começava este artigo sobre o que acho que deva ser uma boa escola, então aqui vai.
Primeiro, a escola tem de existir. No Brasil há incrivelmente poucas escolas em relação à necessidade real. Têm de existir escolas para todas as crianças, em todas as comunidades, as mais remotas, com qualidades básicas: não ultrapassar o número de alunos bem acomodados, e que eles não tenham de se locomover para muito longe; instalações dignas, que vão das mesas as paredes, telhado, pátio para diversão e recreio, lugar para exercício físico e esportes; instalações sanitárias decentes, cozinha para alimentar os que não comem suficientemente em casa; alguém com experiência médica ou de enfermagem para atender os que precisarem. Em cada sala de aula, naturalmente, uma boa prateleira com livros sem dúvida doados pelos governos federal, estadual, municipal. E que ali se ensine bem o essencial: aritmética, bom uso da linguagem, noções de história e geografia para que saibam quem são e onde no mundo se situam. Falei até aqui apenas de ensino elementar em escolas menos privilegiadas economicamente. Em comunidades mais resolvidas nesse sentido, tudo isso não será apenas bom, mas excelente, desde aparte material até professores muito bem preparados que sejam bem exigidos e bem pagos.
No chamado 2º grau, além de livros, quem sabe computadores, mas - ainda que escandalizando alguns - creio que esses objetos maravilhosos, que eu mesma uso constantemente, não substituem um bom professor. E que, nesse degrau da vida, todos sejam preparados para a universidade, desde que queiram e possam. Pois nem todos querem uma carreira universitária, nem todos têm capacidade para isso: para eles, excelentes escolas técnicas, depois das quais podem ter mais ganho financeiro do que a maioria dos profissionais liberais. Professores com mestrado e se possível doutorado, diretores que conheçam administração, psicólogos que conheçam psicologia, todos com saber e postura que os alunos respeitem a fim de que possam aprender.
Finalmente a universidade, que enganosamente se julga ser o único destino digno de todo mundo (já mencionei acima os cursos técnicos cada dia melhores e mais especializados). Universidade precisa existir, mas não na abundância das escolas elementares. É incompreensível e desastrosa a multiplicação de faculdades de medicina, por exemplo, cujas falhas terão efeitos dramáticos sobre vidas humanas. Temos pelo país muitas onde alunos não estudam anatomia, pois não há biotério, não têm aulas práticas, pois não há hospital-escola. Essa é uma realidade assustadora, mas bastante comum, que, parece, se tenta corrigir.
Dessas pseudofaculdades sairão alunos reprovados nas essenciais provas do CRM, mas que eventualmente vão trabalhar sem condição de atender pacientes. Faculdades de direito pululam pelo país, sem professores habilitados, sem boas bibliotecas, formando advogados que nem escrever razoavelmente conseguem, além de desconhecer as leis - e reprovados aos magotes nas importantíssimas provas da OAB.
Coisa semelhante aconteceria com faculdades de engenharia mal preparadas, se existirem, de onde precisam sair profissionais que garantam segurança em obras diversas, de edifícios, casas, estradas, pontes. Vejam que aqui comentei apenas alguns dos inúmeros cursos existentes, muitos com excelente nível, mas não se ignorem os que não têm condições de funcionar, e mesmo assim... existem. Em todas essas fases, segundo cada nível, incluam-se professores bem preparados, muito dedicados, e decentemente pagos - professor não é sacerdote nem faquir.
O que aqui escrevo é mero, simples, bom-senso. Todos têm direito de receber a educação que os coloque no mundo sabendo ler, escrever, pensar, calcular, tendo ideia do que são e onde se encontram, e podendo aspirar a crescer mais. Isso é dever de todos os governos. E é nosso dever esperar isso deles.

Revista Veja, 24 de fevereiro de 2013

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