sexta-feira, 17 de abril de 2020

Interessante para o trabalho, mas também para estudos...


Home office: 5 dicas para ter foco e ser produtivo trabalhando de casa
Compilamos dicas publicadas na Harvard Business Review para uma rotina profissional com mais entregas e menos procrastinação

Revista Carta Capital

A facilidade com que se dissemina o vírus Covid-19 (novo coronavírus), causador da atual pandemia, fez com que muitas empresas adotassem o trabalho por home office. Assim, efetiva-se com mais homogeneidade a distância social, um dos fatores que pode ajudar a desacelerar a dissipação do vírus.
O esquema por home office, no entanto, não vem sem desafios. De um lado, além dos benefícios frente aos riscos de saúde, o profissional não precisa sair de casa, evita gastar dinheiro com transporte, se preocupar com o trânsito ou em gastar seu tempo com conversas que distraem. De outro: pode ser mais fácil procrastinar e perder o foco ao trabalhar sem a “supervisão” dos colegas ou muito perto de objetos de lazer ou descanso. 
Nesse contexto, uma coisa é certa: o home office exige disciplina. Em um artigo para a Harvard Business Review, a coach Elizabeth Grace Saunders, que tem mais de uma década de experiência trabalhando de casa, oferece algumas dicas para tornar essa experiência mais agradável e produtiva. Em outro artigo para a mesma publicação, Carolyn O’Hara, escritora e editora, destaca o que é imprescindível para ser eficiente ao fazer home office. Compilamos as melhores dicas de ambas, confira!
Como para manter o foco em trabalho home office
Dica 1: Estabeleça um horário de trabalho
Não é só porque você pode começar a qualquer hora que deva começar a qualquer hora: isso torna a linha que separa seu tempo pessoal do profissional ainda mais difícil de enxergar.
“Eu me perguntava: se eu estivesse em um escritório, faria essa tarefa durante o dia? Se a resposta fosse não, sabia que precisava fazer essa atividade antes ou depois do horário de trabalho”, escreve Saunders.
Lembre-se que cada um é diferente, então se para você uma ida ao museu ou um café à tarde com um amigo não atrapalham seu rendimento, não precisa ir ao extremo de se manter 100% focado dentro de uma dada faixa de horário.
O importante é entender quais são os obstáculos para sua produtividade e então estabelecer quais deles você não vai fazer durante o tempo de trabalho.
Dica 2: Estruture seu dia
Quando você chega num escritório, é fácil imitar o que os outros estão fazendo e começar logo a trabalhar. Se seu escritório é sua casa, é útil ter um guia.
“Maximize a eficácia de seu tempo em casa ao estruturá-lo como um dia típico de trabalho”, sugere Saunders. “Definir uma programação não apenas dá estrutura para o dia, mas também ajuda você a se manter motivado”, acrescenta O`Hara.
Isso pode se dar de diversas maneiras, de reservar blocos de tempo para reuniões, ligações, determinadas tarefas ou pensamento criativo a blecautes de e-mail, aqueles períodos em que você está proibido de se distrair.
Para a escritora O`Hara, leva algumas semanas para entender qual é seu melhor ritmo de trabalho em casa. Vale, para ajudar, determinar expectativas realistas do que se quer realizar durante um dia.
Outra dica é fazer uma lista das tarefas do dia – se fizer na noite anterior, melhor ainda – e encaixá-las dentro de certos períodos de tempo. Assim, você garante que não está esquecendo de nada importante.
Dica 3: Faça pausas regulares
Pode ser tentador trabalhar sem parar, principalmente se você estiver tentando provar que é produtivo em casa. Mas é vital fazer intervalos regulares – e até melhor para a produtividade, explica O`Hara. “Pesquisadores de uma empresa de mídia social rastrearam recentemente os hábitos de seus funcionários mais produtivos. Eles descobriram que os melhores trabalhadores normalmente trabalhavam intensamente por cerca de 52 minutos e depois faziam um intervalo de 17 minutos.”
A explicação, em partes, é que essas pausas têm efeito “restaurador”. Pode ser tão simples quanto olhar pela janela ou ler o jornal, qualquer coisa que dê ao seu cérebro a oportunidade de se recuperar brevemente.
Dica 4: Estabeleça limites com os outros
“Quando você trabalha em casa, é fácil deixar a sua vida profissional se confundir com sua vida pessoal”, destaca O`Hara. “Se você estabelece expectativas e se atém a elas – por exemplo, realmente parar de trabalhar às 17h –, as pessoas entendem seus limites ao invés de assumirem que você está disponível”, escreve a coach, por sua vez.
Além disso, não é só porque você está de home office que está de folga ou disponível para conversar, e seus amigos e familiares precisam saber disso. Ter um espaço específico para trabalhar de casa, como escritório ou quarto em que é possível fechar a porta, também ajuda nessa divisão.
Em outro ponto, como a visibilidade pode ser um fator importante para crescer na carreira, faça um “check-in” sempre que possível com colegas e superiores. Diga às pessoas o que você está fazendo, o que cumpriu no dia, etc.
Dica 5: Mantenha-se conectado
“O isolamento prolongado pode levar a uma menor produtividade e motivação. Portanto, se você não tem um emprego que exija horário de trabalho diário com outras pessoas, é necessário fazer um esforço extra para permanecer conectado”, destaca O`Hara.
Para ajudar, use as mídias sociais para falar com amigos e o LinkedIn para aquecer sua rede de contatos profissionais.
Para lembrar!
A escritora O`Hara resume o principal a se ter em mente (e praticar) durante o período de home office.
Faça:
·         Um cronograma de trabalho, informe-o e cumpra-o
·         Concentre-se no que você realizou no final de cada dia para se manter motivado
·         Crie um espaço de trabalho dedicado e informe sua família que você não está disponível durante o horário de trabalho
Não faça:
·         Tente trabalhar o dia todo sem intervalos regulares – sua produtividade e motivação sofrerão
·         Isole-se – faça o possível para conectar-se com os outros
·         Negligencie o check-in regularmente com colegas e chefes – é importante dar visibilidade sobre si, mesmo fora do escritório

quinta-feira, 16 de abril de 2020

Curiosidades!


20 profissões em alta durante a pandemia do coronavírus
É uma crise mundial, há demissões em massa por causa da covid-19. Mas isso não quer dizer que não existem oportunidades por aí!
Juliana Morales

Com a pandemia global de covid-19, muitos profissionais estão perdendo seus empregos ou enfrentando dificuldades em encontrar um novo trabalho. Por outro lado, vários cargos de trabalho estão se abrindo para lidar com a crise.
Glassdoor, site de emprego e recrutamento, identificou 20 deles, com base no número de novas vagas publicadas na plataforma nas últimas semanas. Os números traduzem a elevada demanda por cargos ligados à área da saúde, como médicos, enfermeiros, farmacêuticos e técnicos de laboratório.
Os setores de logística e comércio também aparecem na lista, bem como trabalhos que podem ser realizados de maneira remota, como atendimento ao cliente e telemarketing. Com diversas cidades cumprindo quarentena, também cresceu a demanda por entregadores e motoboys.
O levantamento mostra funções que estão em alta agora e refletem o cenário atual, mas também pode ser uma oportunidade para quem está decidindo qual carreira seguir conhecer e pesquisar mais sobre essas profissões e, quem sabe, se identificar.
Abaixo, a lista de carreiras, com o número de vagas no Glassdoor e conteúdos relacionados a algumas das principais áreas citadas. Confira!


1. Médicos
Número de vagas: 12.514
2. Atendimento ao Cliente
Número de vagas: 9.815
3. Enfermeiro
Número de vagas: 2.120
4. Técnico em Enfermagem
Número de vagas: 1.506
5. Auxiliar de Logística
Número de vagas: 1.192
6. Farmacêutico
Número de vagas: 963
7. Operador de Caixa de Loja
Número de vagas: 919
8. Estoquista
Número de vagas: 844
9. Operador de Telemarketing
Número de vagas: 829
10. Auxiliar de Enfermagem
Número de vagas: 829
11. Analista de Logística
Número de vagas: 792
12. Assistente de Logística
Número de vagas: 533
13. Técnico de Laboratório
Número de vagas: 464
14. Líder de Logística
Número de vagas: 432
15. Operador de Loja
Número de vagas: 332
16. Supervisor de Logística
Número de vagas: 235
17. Entregador
Número de vagas: 219
18. Repositor de Mercadorias
Número de vagas: 149
19. Psicólogo Organizacional
Número de vagas: 134
20. Motoboy
Número de vagas: 128



quarta-feira, 15 de abril de 2020

Como o coronavírus pode cair no ENEM e nos vestibulares?


Como o coronavírus pode cair no Enem e nos vestibulares?
Pandemia não sai dos noticiários e nós te ajudamos a entender o que pode ser cobrado nas provas
Publicado em 16 mar 2020, Guia do Estudante

Não se fala de outro assunto. A quantidade de casos confirmados do novo coronavírus (Covid-19) cresce a cada minuto e o surto foi classificado como pandemia pela Organização Mundial da Saúde.
O tema está presente em todos os noticiários, nas conversas entre amigos e nas redes sociais. Pela relevância na nossa sociedade, especialistas apostam que o assunto será cobrado no vestibular. Afinal, já é o grande tema de 2020 (e esperamos que não continue sendo em 2021).
Mas são tantas informações sobre a doença que fica difícil distinguir o que deve receber a sua atenção, como estudante, e que poderá ser cobrado nas provas. Por isso, conversamos com Roseli Macedo Dias, coordenadora de Biologia do Grupo Etapa, e com Marcelo Perrenoud, professor de Biologia do Curso Anglo, e vamos te ajudar nessa tarefa. Confira o que você precisa saber para as provas:
O que é o coronavírus?
O coronavírus faz parte da família de vírus chamada Coronaviridae, a qual pertencem os vírus causadores da Síndrome Respiratória Aguda Grave (Sars) e da Síndrome Respiratória do Oriente Médio (Mers). A grande família dos coronavírus (CoV) já é conhecida desde a década de 1960. Esses vírus podem causar desde um resfriado comum até problemas respiratórios mais graves.
A nova variante da família de vírus, denominada 2019-nCoV, não tinha sido identificada em humanos. Foi apenas no final de 2019 e início de 2020 que os primeiros casos de Covid-19 apareceram em humanos, diagnosticados inicialmente na cidade chinesa de Wuhan, capital da província de Hubei.
Estudos mostraram que o coronavírus foi transmitido de animais para humanos. Segundo um estudo chinês, morcegos infectados o transmitiram a pangolins, animal bastante traficado na China. Os pangolins, por sua vez, infectaram pessoas e agora a transmissão pode ser feita entre humanos.

Como o coronavírus pode aparecer no Enem e nos vestibulares

Saber a diferença entre surto, endemia, epidemia e pandemia pode ser uma excelente alternativa para acertar algumas questões, tanto na primeira, como na segunda fase dos grandes vestibulares.
Surto: ocorre quando há um aumento repentino do número de casos de uma doença em uma região específica.
Epidemia: quando acontece um aumento considerável do número de casos de determinada doença em diversas regiões no mesmo país.
Endemia: aqui, a questão não é quantitativa. Uma doença é classificada como endêmica quando acontece com muita frequência apenas em um local específico – não atingindo outras comunidades. Existem as chamadas áreas endêmicas: no caso do Brasil, por exemplo, é possível citar a febre amarela na Amazônia.
Pandemiaem uma escala de gravidade, a pandemia é o caso mais delicado. Ela se caracteriza por uma epidemia que se espalha por diversas regiões do planeta.

Além disso, os especialistas ressaltam que estudar bastante sobre o coronavírus e a doença que ele causa (Covid-19) será fundamental, mas as outras viroses que existem no Brasil devem ser também lembradas. A dengue, a febre amarela, o sarampo, a caxumba, a rubéola, a poliomielite, entre outras devem ser revisadas. 
Dengue: a dengue não tem tratamento específico e causa sintomas como febre alta e dores no corpo. Ela é transmitida pela fêmea do mosquito Aedes aegypti, infectada por ter picado alguém com a doença. Para depositar seus ovos e se reproduzir, o mosquito precisa de água parada, por isso as campanhas de prevenção sempre alertam as pessoas a não deixarem água acumulada em garrafas, pneus e vasos de plantas, por exemplo.
Febre amarela: A febre amarela é provocada por um vírus, da família Faviviridae, e pode ser transmitida por diferentes mosquitos vetores. A doença tem esse nome porque ao atacar o fígado provoca icterícia, deixando amarelados os olhos e a pele do enfermo. A prevenção é feita com uma dose da vacina, que deve ser aplicada dez dias antes de visitar locais de possível incidência da doença.
Sarampo: O sarampo é uma doença contagiosa que tem como sintomas febre alta, tosse e manchas vermelhas no corpo. Causada pelo vírus Morbillivirus, a doença pode levar à morte. Sua transmissão ocorre quando o doente tosse, fala, espirra ou respira próximo de outras pessoas. Mas lembre-se: tem vacina contra o sarampo!
Caxumba: A caxumba é causada por vírus da família Paramyxoviridae. A transmissão ocorre por via aérea, por meio da disseminação de gotículas ou por contato direto com a saliva de pessoas infectadas. O principal e mais comum sintoma é o aumento das glândulas salivares, acompanhado de febre. Como não há tratamento específico, também é importante a vacinação contra a doença.
Rubéola: Causada pelo chamado togavírus, a rubéola tem como característica mais marcante manchas vermelhas que aparecem primeiro na face e atrás da orelha e depois se espalham pelo corpo. Altamente contagiosa, ela é transmitida de pessoa para pessoa por meio do espirro ou tosse. A doença possui vacina.
Poliomelite: Também conhecida por paralisia infantil, a poliomielite é uma doença contagiosa aguda causada pelo poliovírus que pode infectar crianças e adultos. A transmissão ocorre por meio do contato direto com fezes ou com secreções eliminadas pela boca das pessoas doentes. Em casos graves, a doença pode acarretar paralisia, principalmente nos membros inferiores. A vacinação é a única forma de prevenção.

Mantenha-se informado

E como se atualizar sobre o tema sem cair em fake news? É importante procurar por fontes confiáveis. Além de portais de notícias respeitados, Perrenoud deu algumas dicas:
·         Ministério da Saúde

terça-feira, 14 de abril de 2020

Pensando sobre redação...


O que é a redação – estética, estrutura e parágrafo no texto

                Em relação a estrutura da redação é formalizado de no mínimo três parágrafos – introdução, desenvolvimento e conclusão, ou seja, necessariamente você terá que produzir três parágrafos e no máximo 30 linhas.
  • 1º parágrafo – Um Ponto de Vista (tese) sobre o Tema (introdução);
  • 2º parágrafo – Os Argumentos para sustentar o seu Ponto de Vista (desenvolvimento);
  • 3º parágrafo – Uma Proposta de intervenção para tentar solucionar o problema exposto pelo tema (conclusão).
Dentro dessa estrutura você pode fazer dois ou três parágrafos de desenvolvimento, porém precisa se preocupar que só tem 30 linhas, os parágrafos não podem ser curtos ou longos demais e você se perca do tema, então a atenção é fundamental nesse processo de produção e condução das ideias.
Parágrafo – é o conjunto de frases que formam uma sequência com sentido, com lógica. O tópico frasal (ideia principal) sempre está presente nos parágrafos, pois é o foco central através do qual as ideias se norteiam e se encaixam. O recuo do parágrafo é necessário, como também respeitar as margens direita e esquerda é fundamental para a estruturação e estética textual.


Nesse caso, a abordagem é clássica – contextualize o tema e apresente a tese, ou seja, é preciso, resumidamente, contextualizar o problema – o que inclui, também, situá-lo com relação à época – apresentando, de forma abrangente, o ponto de vista a ser defendido no texto.

Tema – é o primeiro elemento a ser considerado. O tema pode ser usado para definir um ponto central de um texto, palestra, de uma conversa, de uma apresentação, entre outros. Inclusive, um tema pode ser também um texto que sirva como base para uma apresentação. Ainda, no que diz respeito a uma obra, o tema é mensagem principal que o autor deseja transmitir aos seus ouvintes, leitores ou espectadores. As seguintes perguntas podem ser de grande auxílio, facilitando esse processo.
1.       Qual é tema?
2.       O que ele significa?
3.       Quando essa questão tornou-se mais relevantes?
4.       Por que ganhou relevância na sociedade?
5.       Quais elementos do tema devem ser obrigatoriamente mencionados?
6.       Como esses elementos se relacionam?
7.       Que dados dos textos mostram essa situação?
8.       Que outros conhecimentos relevantes tenho a respeito


 Tese, do grego thesis, significa proposição intelectual. Por proposição, entendemos aquilo que se busca alcançar, objetivo, intuito, finalidade. Logo, é fácil afirmar agora que, se um texto argumentativo não tiver uma tese, esse texto não terá sua função cumprida, uma vez que o autor não apresentará sua intenção, posicionamento em relação ao que foi apresentado para discussão.
É como em um debate. Se você não tem uma opinião sobre determinado assunto, você não participa, ativamente, dele. Portanto, se você não elaborou uma tese, você não produzirá, de forma satisfatória, um texto argumentativo. Ou seja, na redação, a tese é a sua opinião, o seu ponto de vista sobre o tema proposto. Ela pode ser apresentada por meio de declarações afirmativas ou negativas.
A redação é de caráter dissertativo-argumentativo é constituída de argumentos para justificar aquilo que você acredita ser a situação-problema apresentada no tema. Por tanto, é por meio da tese que você indica, logo na introdução, o que será exposto nos parágrafos de desenvolvimento.
Por outro lado, é fundamental saber que a tese é um elemento essencial para o texto dissertativo-argumentativo e que não a apresentar significa não se adequar de forma eficiente a esse gênero. Isso irá comprometer a nota de sua redação.
Você na sua redação vai persuadir o leitor a respeito daquilo que você acredita. Então, você deve pensar se sustenta aquele pensamento, reflita se há argumentos consistentes para fundamentar a tese que você está propondo. Pensar bem e escolher primeiro o que você utilizará como argumento é uma boa dica, pensando sempre nos parágrafos seguintes para que não fuja do tema.
Apesar de se tratar da sua opinião, a tese deverá ser defendida de forma impessoal. Jamais, jamais, usar expressões como: na minha opinião..., eu acho que..., acredito que as causas do problema sejam...
Pense, dê um título e descubra o tema. 
Diferenças entre as diversas classes sociais estão intimamente relacionadas com a má distribuição de renda no país. Importante entender as causas e consequências da desigualdade social.
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As novas tecnologias de informação e comunicação, por exemplo, os computadores, a internet, a televisão, as câmeras, etc. são situações associados a democratização da informação e a inclusão digital.
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Tema: _____________________________________________________________________________________________________

Leia os textos mistos que seguem e identifique o tópico frasal de cada uma.










Pensando em Iracema...

“Iracema” de José de Alencar
Escrito em prosa poética, esse romance é um dos principais representantes da vertente indianista do movimento romântico

A narrativa de Iracema estrutura-se em torno da história do amor de Martim por Iracema.
Diferentemente do que ocorre em outros romances de José de Alencar, como em O Guarani, o enredo de Iracema é aberto a interpretações. A relação entre Martim e Iracema significa a união entre o branco colonizador e o índio, entre a cultura europeia, civilizada, e os valores indígenas, apresentados como naturalmente bons. É uma espécie de mito de fundação da identidade brasileira.
            Ainda menino, Alencar fez uma viagem pelo sertão. A experiência dessa viagem de garoto seria constantemente evocada pelo futuro escritor em seus romances, com imagens e impressões da exuberante natureza brasileira. Alguns espaços merecem destaque por ser palco de importantes acontecimentos desse romance: o campo dos tabajaras, onde fica a taba do pajé Araquém, pai de Iracema; a taba de Jacaúna, na terra dos potiguaras (ou pitiguaras); a praia em que vivem Martim e Iracema e onde nasce Moacir.

IMAGENS E METÁFORAS
Uma das grandes habilidades de Alencar está em representar o pensamento selvagem por meio de uma linguagem cheia de imagens e de metáforas. Sabe-se que as sociedades que não avançaram no terreno da lógica argumentativa (que pressupõe noções científicas básicas) têm em contrapartida grande riqueza no plano mitológico. Elas se valem dos mitos e das histórias para explicar o mundo.
O pensamento do selvagem é imagético e, por isso, está muito próximo da poesia. Vê-se nesse ponto como o autor soube unir forma e conteúdo. De outro modo seria difícil caracterizar a linguagem do índio sem prejuízo da verossimilhança.

BASE HISTÓRICA
A narrativa inicia-se em 1608, quando Martim Soares Moreno é indicado para regularizar a colonização da região que mais tarde seria conhecida como Ceará.
José de Alencar era leitor assíduo de Walter Scott, criador do romance histórico, e foi influenciado por esse escritor. Como em vários romances de Alencar, Iracema mistura ficção e documento, com enredo que toma como base um argumento histórico. Essa junção se deve também ao projeto de criação de uma literatura nacional, no qual Alencar e os demais escritores românticos do seu tempo estavam fortemente empenhados.
Ainda quanto ao aspecto histórico, que o autor levou em conta ao compor a obra, ressalte-se que os índios potiguaras (habitantes do litoral) eram aliados dos portugueses, enquanto os tabajaras (habitantes das serras cearenses) eram aliados dos franceses.

ENREDO
A primeira cena antecipa o fim do livro, o que reforça a unidade da obra: Martim e Moacir deixam a costa do Ceará em uma embarcação, quando o vento lhes traz aos ouvidos o nome de Iracema.
No segundo capítulo, a narrativa retrocede no tempo até o nascimento de Iracema. A personagem é então apresentada ao leitor: “Virgem dos lábios de mel, que tinha os cabelos mais negros que a asa da graúna, e mais longos que seu talhe de palmeira”. A índia é descrita como uma linda e excelente guerreira tabajara, “mais rápida que a ema selvagem”. Por isso mesmo, sua reação ao avistar o explorador Martim é deferir-lhe uma flechada certeira. Essa é também uma referência à flecha de cupido, já que, desde o primeiro olhar trocado pelos personagens, se percebe o amor que floresce entre os dois.
Martim desiste de atacar a índia assim que põe os olhos nela. Iracema, por sua vez, parece ter atirado a flecha por puro reflexo, pois logo depois se arrepende do gesto e salva o estrangeiro, levando-o até sua aldeia.
Martim é recolhido à aldeia pelo pajé Araquém, pai de Iracema, e apresenta-se a ele como um aliado de seus inimigos potiguaras que se perdera durante uma caçada. O pajé o trata com grande hospitalidade e garante hospedagem, mulheres e a proteção de mil guerreiros.
Iracema oferece mulheres a Martim, que prontamente as recusa e revela sua paixão por ela. O amor de Martim é cristão, idealizado. O de Iracema também, mas por motivo diverso: ela guarda o segredo da jurema, por isso precisa manter se virgem. Esse é o estratagema que Alencar utiliza para transpor o amor romântico europeu às terras americanas. Uma índia, criada fora dos dogmas cristãos, não teria motivos para preservar sua virgindade.

AMOR PROIBIDO
As proibições reforçam ainda mais o amor entre a índia e o português. São as primeiras de muitas provações que tal união terá de enfrentar. Em linhas gerais, o romance estrutura-se no embate entre tudo o que une e o que separa os dois amantes.
Irapuã é o chefe guerreiro tabajara e funcionará, no esquema narrativo da obra, como um antagonista de Martim. Na primeira desavença entre os dois, o velho pajé Andira, irmão de Araquém, intervém em favor do estrangeiro. Iracema pergunta ao amado o motivo de sua tristeza e, percebendo que ele tinha saudade de seu povo, pergunta se uma noiva branca espera pelo seu guerreiro. “Ela não é mais doce do que Iracema”, responde Martim. Irapuã nutre amor não correspondido pela virgem e logo reconhece no português um inimigo mortal.
Iracema conduz Martim ao bosque sagrado, onde lhe ministra uma poção alucinógena. O guerreiro branco delira, e a índia adormece entre os seus braços.
Enquanto isso, Itapuã continua alimentando planos para se livrar do estrangeiro. O amor entre os protagonistas parece impossível de se concretizar, por isso Martim é coagido por Iracema a voltar para sua terra. Caubi, irmão de Iracema, acompanha-os. No caminho de volta, porém, são atacados por guerreiros liderados por Irapuã. Martim, Iracema e Caubi refugiam-se na taba do pajé Araquém, que usa de um truque para salvar o português da ira do chefe guerreiro.
Sucede-se o encontro amoroso entre Martim e Iracema, narrado delicadamente pelo autor. Martim está inconsciente por ter ingerido a bebida da jurema e a índia deita-se ao seu lado. A frase “Tupã já não tinha sua virgem na terra dos tabajaras” é a sutil indicação de que a união amorosa se realizara.
Os acontecimentos que se seguem têm como pano de fundo a guerra entre potiguaras e tabajaras. Martim escapa de seus inimigos tabajaras e une-se aos vencedores potiguaras. Iracema, porém, sente-se profundamente triste pela morte dos entes queridos e não suporta viver na terra de seus inimigos.
O casal muda-se então para uma cabana afastada, localizada numa praia idílica. Com eles vai Poti, o grande amigo de Martim. Lá vivem um tempo de felicidade, culminando com a gravidez de Iracema e o batismo indígena de Martim, que recebe o nome de Coatiabo, ou “gente pintada”. Com o passar do tempo, contudo, o português se entristece por não poder dar vazão a seu espírito guerreiro e por estar com muita saudade de sua gente. A bela índia tabajara também se mostra cada vez mais triste.
Numa ocasião em que Martim e Poti saem para uma batalha, nasce o filho, Moacir. Quando os dois amigos voltam da guerra, encontram Iracema à beira da morte. O corpo da índia é enterrado aos pés de um coqueiro, em cujas folhas se pode ouvir um lamento. Daí vem o nome Ceará, canto de sua jandaia de estimação, uma ave que sempre a acompanhava.

CONCLUSÃO
Iracema, por amor a Martim, abandona família, povo, religião e deus. É uma clara referência à submissão do indígena ao colonizador português. Alguns dizem que o nome Iracema é também um anagrama de América.

Escrito em prosa poética, esse romance é um dos principais representantes da vertente indianista do movimento romântico e traça uma espécie de mito de fundação da identidade brasileira

Trecho 1

“- Neste momento, Tupã não é contigo! replicou o chefe. O Pajé riu; e seu riso sinistro reboou pelo espaço como o regougo da ariranha. – Ouve seu trovão e treme em teu seio, guerreiro, como a terra em sua profundeza. Araquém proferindo essa palavra terrível, avançou até o meio da cabana; ali ergueu a grande pedra e calcou o pé com força no chão; súbito, abriu-se a terra. Do antro profundo saiu um medonho gemido, que parecia arrancado das entranhas do rochedo. Irapuã não tremeu, nem enfiou de susto; mas sentiu estremecer a luz nos olhos, e a voz nos lábios. – O senhor do trovão é por ti; o senhor da guerra será por Irapuã: disse o chefe. O torvo guerreiro deixou a cabana (…)”.

Comentário
             O pajé Araquém salva Martim das garras do impiedoso Irapuã graças a um interessante estratagema. A cabana do pajé era construída sobre uma galeria subterrânea, cuja entrada, secreta, ficava fechada com uma pedra. Quando Araquém quis provar que Tupã, o deus do trovão, estava com ele, retirou a pedra enquanto batia com o pé no chão. Ao ver o grande buraco e ouvir o som do ar que saía da galeria, Irapuã julgou ser aquele um poder sobrenatural, o poder de um deus que ele – mero mortal, apesar de valoroso guerreiro – não poderia enfrentar.

Trecho  2

“Rumor suspeito quebra a doce harmonia da sesta. Ergue a virgem os olhos, que o sol não deslumbra; sua vista perturba-se. Diante dela e todo a contemplá-la, está um guerreiro estranho, se é guerreiro e não algum mau espírito da floresta. Tem nas faces o branco das areias que bordam o mar; nos olhos o azul triste das águas profundas. Ignotas armas e tecidos ignotos cobrem-lhe o corpo. Foi rápido, como o olhar, o gesto de Iracema. A flecha embebida no arco partiu. Gotas de sangue borbulham na face do desconhecido. De primeiro ímpeto, a mão lesta caiu sobre a cruz da espada; mas logo sorriu.”

Comentário
          Na descrição do primeiro encontro entre Martim e Iracema, a índia está dormindo após ter se banhado e acorda com um ruído que o deslumbrado Martim produzira. O amor do colonizador e da índia está sempre perto do sono – como na cena da perda da virgindade – e, nesse caso, duplamente próximo do sono, uma vez que Martim é flechado por Iracema e fica à beira da morte, entregue aos braços protetores da amada. Iracema é como a deusa Diana, que, ao ser flagrada nua por Ácteon, castiga violentamente o furtivo visitante. Mas é ainda uma Diana às avessas, uma vez que o castigo de Martim é também uma bênção. Um amor tão intenso só poderia nascer de forma equivalente. O platonismo da situação é evidente, e a flecha de Iracema é como a flecha de Cupido, símbolo de um amor fatal.

Características românticas da obra:


- Imaginação criadora/Subjetividade
Criações não existentes no mundo real, mas na imaginação do autor sim. Iracema é era descrita de uma forma totalmente diferente dos índios que realmente existiam nas matas do Brasil.
” O favo da jati não era doce como seu sorriso; nem a baunilha recendia no bosque com seu hálito perfumado”.(ALENCAR, 2006, p. 12).
-Sentimentalismo
O sentimentalismo está presente em toda a obra de José de Alencar.
“Sofreu mais d’alma que da ferida”. (ALENCAR, p.13)
-Escapismo
Religioso- “O cristão repeliu do seio a virgem indiana. Ele não deixará o rasto da desgraça na cabana hospedeira. Cerra os olhos para não ver; e enche sua alma com o nome e a veneração de seu Deus: – Cristo !… Cristo! …”. (ALENCAR, 2006, p. 29).
Escapismo para os sonhos- “Agora podia viver com Iracema, e colher em seus lábios o beijo, que ali viçava entre sorrisos, como o fruto da corola na flor.Podia amá-la, e sugar desse amor o mel e o perfume, sem deixar veneno no seio da virgem  “. (ALENCAR, 2006, p.30).
Escapismo para a morte- “Quando teu filho deixar o seio de Iracema, ela morrerá, como o abati depois que deu seu fruto. Então o guerreiro branco não terá mais quem o prenda na terra estrangeira”. (ALENCAR, 2006, p. 51).
-Nacionalismo (Ufanismo)
Necessidade de eleger símbolos que representem à pátria (natureza e o índio).
Idealização
Heroína/ Amor/ Natureza
“A virgem dos lábios de mel, que tinha os cabelos mais negros que a asa da graúna, e mais longos que o talhe de palmeira. O favo da jati não era doce como seu sorriso; nem a baunilha recendia no bosque com seu hálito perfumado. Mais rápida que a ema selvagem, a morena virgem corria o sertão e as matas do Ipu, onde campeava sua guerreira tribo, da grande nação Tabajara. O pé grácil e nu, mal roçando, alisava apenas a verde pelúcia que vestia a terra com as primeiras águas”. (ALENCAR, 2006, p.12).
“Nunca mais a alegria voltará ao seio de Iracema: ela vai ficar, como o tronco nu, sem ramas nem sombras”. (ALENCAR, 2006, p. 28).
“Verdes mares bravios de minha terra natal, onde canta a jandaia nas frondes da carnaúba;
Verdes mares, que brilhais como líquida esmeralda aos raios do sol nascente,perlongando as alvas praias ensombradas de coqueiros;” . (ALENCAR, 2006, p. 11).
-Maniqueísmo
- Indianismo
Resgata o ideal do “bom selvagem”, que segundo Rosseau a sociedade corrompe o homem. Sua perfeição seria índio que não tinha contato com a sociedade corrompida.
- Religiosidade
“Poti foi o primeiro que ajoelhou aos pés do sagrado lenho; não sofria ele que nada mais o separasse de seu irmão branco. Deviam ter ambos um só deus, como tinham um só coração”. (ALENCAR, 2006, p. 87).


ATIVIDADE SOBRE IRACEMA


1 – Como José de Alencar narra a ruptura da relação harmoniosa de Iracema com seu meio, prove com uma passagem,  reescrevendo o trecho.
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2 – Iracema se apaixona por Martim e Martim por ela, mas não pode se entregar a ele. Uma noite, Martim pede a Iracema o vinho de Tupã, já que não está conseguindo resistir aos encantos da virgem. O que acontece?
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3 – Como era o nome do filho de Iracema e Martim? E por que ela entrega o filho a Martim? Justifique.
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