quinta-feira, 29 de abril de 2021
quinta-feira, 22 de abril de 2021
Pobreza no Brasil
Pobreza no Brasil
A pobreza no Brasil é um problema que atinge cerca
de 28 milhões de pessoas.
Os
estados do Norte e do Nordeste concentram as populações mais carentes no país.
Juliana
Bezerra
Existem
vários índices que buscam definir o que seria uma pessoa que vive em situação
de pobreza ou pobreza extrema.
Segundo
a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) uma pessoa
pobre é aquela que não tem dinheiro para garantir uma refeição que forneça 1750
calorias por dia.
Para
a Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL), o índice é um
pouco maior. Para esta agência regional, o limite seria uma dieta de 2200
calorias diárias.
Para
a ONU, uma pessoa pobre é que tem uma renda equivalente a US$ 1,25 por dia ou
cerca de dois reais.
Para
a União Europeia, uma pessoa pode ser considerada pobre quando ganha 60% da
renda média do país. Na Dinamarca seria quem possui uma renda igual ou inferior
a 2.500,00 reais.
Causas da pobreza
Por
conta do processo colonizador e da escravidão, o território brasileiro sempre
foi um país onde havia muitas pessoas pobres. Com o fim da escravidão e o êxodo rural, as cidades
não tinham infraestrutura para a chegada de mais gente. Assim, o fenômeno da pobreza
se acentuou.
No
entanto, a partir dos anos 90 do século XX, com a estabilidade econômica,
a renda per capita dos
brasileiros foi aumentando gradativamente.
A
pobreza do Brasil também revela as disparidades regionais devido aos anos de
concentração da política e das indústrias no sul do país. Os estados do norte e
nordeste têm os maiores índices de pobreza, e Maranhão, Piauí e Alagoas são
aqueles que possuem a maior proporção de pobres.
No
Brasil, o Ministério do Desenvolvimento Social definiu que a linha de pobreza
no Brasil é quem vive com uma renda de até 140 reais por mês. Mais de 28 milhões
de brasileiros estão nessa condição.
Com
o advento do governo Lula e
seus programas de transferência de renda, a pobreza no país recuou.
No
entanto, com a crise econômica,
o cenário pode mudar. Dados do Banco Mundial indicam que o Brasil terá um
aumento de 3,6 milhões de pobres até o fim de 2017.
Igualmente,
o perfil do pobre no país se transformou. Agora, são brasileiros com menos de
40 anos, chefes de família e que há dois anos estavam empregados. Possuem pelo
menos o ensino médio e 90% vive na cidade.
Pobreza extrema
Já
os que vivem em pobreza extrema são aqueles que vivem com 70 reais por mês.
No
Brasil, 8% da população ou um pouco mais de 16 milhões são considerados
extremamente pobres. Mais da metade dos extremamente pobres vive no Nordeste e
das 50 cidades mais pobres do Brasil, 26 estão no Maranhão.
Lista
das cidades mais pobres
Confira
abaixo as cidades mais pobres do Brasil, em 2013, segundo os dados do IBGE:
Cidade |
|
1º |
Centro
do Guilherme/MA |
2º |
Jordão/AC |
3º |
Belágua/MA |
4º |
Pauini/AM |
5º |
Santo Amaro do Maranhão/MA |
6º |
Guaribas/PI |
7º |
Novo
Santo Antônio/PI |
8º |
Matões do Norte/MA |
9º |
Manari /PE |
10º |
Milton Brandão/ PI |
terça-feira, 20 de abril de 2021
SE EU SOUBESSE LER, ACHO QUE DISTRAÍA MUITO MAIS A MINHA VIDA..."
SE
EU SOUBESSE LER, ACHO QUE DISTRAÍA MUITO MAIS A MINHA VIDA..."
Maria
das Dores Soares Maziero
Minhas estórias de Carochinha, meu
melhor livro de leitura,
capa escura, parda, dura, desenhos
preto e branco.
Eu me identificava com as estórias. (1)
Ler é sempre uma
aventura. Não por acaso, as campanhas de leitura, oficiais ou oficiosas, estão
constantemente convidando as pessoas a viver aventuras através de personagens
criadas em épocas diversas. São muitos
os roteiros e chamados; pode ser a
possibilidade de nos tornarmos o índio Peri, de O Guarani ou, modernamente, Harry Potter e seu mundo de feitiços e
magia.
O título deste artigo é a fala de uma mulher de 82 anos sobre leitura, mas, como suas palavras revelam, ela nunca leu um livro, já que não é alfabetizada. Curiosamente, porém, suas palavras trazem uma concepção de leitura que é compartilhada por muitas pessoas como a única possível ao se abrir uma obra escrita:aquela que vê no ato de ler um divertimento, um passatempo. Para citar Roland Barthes, é a chamada leitura de fruição, que vem da época do romance de amor ou de cavalaria.
Há, porém, um outro tipo de leitura que esteve presente durante a Idade Média:a leitura por obrigação, por provação; fazia parte da vida dos monges assim como o jejum, a vigília e as orações, sendo na verdade uma privação da fruição. Lia-se como uma forma de aperfeiçoamento, de aprendizado e de aproximação do divino.
A escola de hoje, especialmente a de ensino médio, se vê confrontada com essas duas concepções de leitura: os alunos querem a leitura do desejo, da fruição, embora nem sempre saibam o que exatamente gostariam de ler; por outro lado, porém, o trabalho com literatura e a pressão exercida pelos exames vestibulares exigem a leitura dos monges, aquela da obrigação, da privação da fruição, uma vez que o vocabulário das obras é difícil, distante da realidade dos adolescentes, as situações vividas pelas personagens não correspondem ao que eles (re)conhecem, enfim, é quase impossível descobrir a beleza de Capitu, quando se tem como parâmetro as heroínas do cinema ou dos jogos de computador.
Este é, portanto, o grande desafio que se impõe à escola hoje: conciliar o ensino da leitura como a prática da “Arte de decifrar e fixar um texto de autor, segundo determinado critério” (2), e, ao mesmo tempo, conseguir levar o aluno-leitor àquela experiência arrebatadora descrita por Clarice Lispector, em seu conto “Felicidade Clandestina”: “Às vezes sentava-me na rede, balançando-me com o livro aberto no colo, sem tocá-lo, em êxtase puríssimo.”
O desafio está lançado; ao professor, como Odisseu moderno, cabe continuar buscando Ítaca, sabendo que terá que enfrentar no caminho os perigos e desvios representados pelo canto das sereias, pelos encantos de Circe e por monstros vorazes. Quem são esses monstros? Cada mestre deve descobrir/decifrar o nome dos seus, ou então corre o risco de ser devorado por eles.
NOTAS
(1) CORALINA, Cora. “Meu melhor
livro de leitura”, in Vintém de Cobre – meias confissões de Aninha. São
Paulo: Global, 1995.
(2) Novo dicionário básico da
Língua Portuguesa FOLHA/AURÉLIO. Rio de Janeiro: Nova Fronteira,
l988.
A AUTORA
Maria
das Dores Soares Maziero, Mestranda da Faculdade de Educação,
UNICAMP
O que temos para comemorar do dia do índio?
Hoje é dia do
índio: e tem o que ser comemorado?
seg., 19 de abril de 2021 4:00 - 4 minuto de leitura
O dia do índio é dia de lembrar que todo dia é dia
dos Povos Indígenas e que a luta destes é diária (Foto: Instagram/Alice Pataxó)
Certa vez, Ailton Krenak questionou em entrevista:
"Por que se comemora a presença do índio em território brasileiro, ou se
faz um esforço para que o índio seja lembrado e até exaltado a todo dia 19 de
abril se o índio incomoda tantos cidadãos brasileiros? Por que comemorar?".
E é desse questionamento que partiremos.
Como surgiu o dia do índio?
O dia do índio nasce do Congresso Indigenista
Interamericano em Abril de 1940, realizado em Patzcuaro no México. Participaram
os seguintes países, com seus representantes:
·
México: Luis Chavez Orozco, chefe do Departamento
de Assuntos Indígenas do México e coordenador do Congresso Interamericano.
·
Colombia: César Uribe Piedrahíta, um do delegados
oficiais;
·
Chile: Venancio Coñuepán Huenchual, ascendência
mapuche, deputado e ministro da República do Chile. Foi o diretor de Assuntos
Indígenas;
·
Bolivia: Antonio Díaz Villamil, escritor e
historiador; ocupou o cargo de Diretor Geral de Educação;
·
Brasil: Edgar Roquette Pinto, membro do Conselho
Nacional do Serviço de Proteção ao Índio (SPI); Equador: Pío Jaramillo Alvarado
e Víctor Gabriel Garcés;
·
Estados Unidos: John Collier e os antropólogos John
Cooper, Sophie Bledsoe Aberle e Matthew Stirling;
·
México: Además de Chávez Orozco, Moisés Sáenz
Garza, um dos promotores do encontro, secretário da Comissão Organizadora e
Vicente Lombardo Toledano, secretario da Confederação dos Trabalhadores do
México;
·
Panamá: Rubén Pérez Cantule, etnia cuna;
·
Peru: José Angel Escalante, presidente da delegação
peruana e ex-prefeito de Cuzco em 1919 e ministro da Justiça em 1930; Luis
Eduardo Valcárcel Vizcarra, antropólogo e pesquisador do pré-hispânico no Peru;
José Uriel García, educador peruano; José María Arguedas, escritor e
antropólogo.
A reunião de líderes políticos deixou os indígenas
desconfiados de que mais uma vez houvesse uma tentativa de aproximação sem
conversas envolvendo os povos, o que gerou um afastamento dos próprios
indígenas, que temiam pela segurança dos líderes indígenas, e em um primeiro
momento não toparam participar do evento.
Por
que dia 19 de abril?
Mas no dia 19 de abril, os indígenas aceitaram se
unir aos líderes políticos que estavam reunidos no México em busca da
participação por representatividade na tomada de decisões. Com a participação
indígena a partir daquela data, acordos foram feitos e a maioria dos países
presentes se comprometeu em acatar a luta por respeito e igualdade de direitos
dos Povos.
Quando se fala em respeito, se fala em respeito à
identidade e cultura, e estabelecer o dia do índio no dia 19 de abril foi um
marco para simbolizar esse acordo. Porém, apenas no dia 2 de junho de 1943,
três anos depois do acordo feito no México, o então presidente do Brasil,
Getúlio Vargas assinou o decreto nº 5.540, instaurando o dia 19 de Abril o dia
do “índio”.
Há
motivo para comemorar o dia do índio?
Então voltamos a pergunta: por que comemorar? Qual
motivo leva o Brasil a comemorar o dia do “índio”? Uma história fantasiosa.
Brasil afora, a população que se espalha pelos atuais 26 estados e Distrito
Federal pouco sabem sobre os Povos originários desta terra, pouco falam de sua
diversidade e luta, sequer sabem seus nomes, ou seu verdadeiros nomes, importante
dizer, em sua própria línguas.
Por que falamos índio diante de tanta diversidade
entre esses Povos? Diante da certeza de que esses são os donos da terra em que
hoje está o Brasil e não “índios” como imaginou Cabral desejando chegar a Índia
em 1500. Somos os Povos Indígenas, aqueles que habitam a terra antes de sua
colonização, aqueles que são diversos, em línguas, cores, culturas, espiritualidades
e sexualidades.
Existe muito mais beleza na diversidade indígena
brasileira do que na história inventada sem cores e escrita por brancos.
Um mês ignorante de conhecimento se transforma em
desfile de falsos cocares e pinturas nas escolas, que reforçou por anos um
estereótipo, e que pela mão manchada de ucrucum e jenipapo de indígenas está
sendo transformado em um ato de resistência, de sobrevivência e de
informação.
Começou há muitos anos o Abril Indígena, uma
lembrança de que todo dia é dia dos Povos indígenas, e assim construímos uma
nova história uma história de outros 500 anos de resistência, muito mais do que
comemoração vazia.
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