Alunas criam app que ajuda pessoas com Alzheimer
A principal função do HelpAlz é reunir informações
que possam orientar os familiares dos portadores da doença
THAIS PAIVA
Cerca de 1,2 milhão
de brasileiros sofrem da doença de Alzheimer, segundo o Ministério da Saúde.
Incurável, a enfermidade apresenta sintomas que se agravam ao longo do tempo,
mas que podem ser controlados e retardados se a doença for diagnosticada
precocemente.
Com o acesso à
informação correta, a família pode desempenhar um
papel decisivo para identificar a doença e, assim, melhorar a qualidade
de vida do paciente.
Pensando nisso,
quatro estudantes do Instituto Alpha Lumen (IAL), localizado em São José dos
Campos (SP), desenvolveram um aplicativo que auxilia os familiares nos cuidados
dos portadores da doença.
Batizada de HelpAlz, a ferramenta foi criada por Ana Paula Maciel (16),
Débora Gabriel (14), Larissa da Fonseca (15) e Thaís Nakamura (13) e
reúne informações para a realização de um diagnóstico precoce, diminuindo as
chances de descobrir a doença em estágios mais avançados, além de indicar
profissionais e locais para o tratamento.
“O app tem
quatro funções principais. A primeira delas é uma lista contendo profissionais
para o tratamento como médicos, farmacêuticos e cuidadores. A segunda função é
um mapa mostrando a localização de clínicas, hospitais, casa do idoso e outros
lugares importantes”, explica Débora.
A terceira, enumera
a estudante, é um pré-diagnóstico simples para ver se os sintomas que o paciente apresenta são
de Alzheimer mesmo e a quarta traz dicas gerais para os familiares como
alimentos que podem ajudar a estagnar a doença, como dar banho, ajudar a comer,
dicas para o condicionamento físico, além de exercícios cognitivos.
A oportunidade de
criar o app deu-se por meio das disciplinas optativas que o currículo
aplicado pelo Instituto Alpha Lumen oferece como robótica, programação e cinema.”Os alunos
que estudam aqui são jovens com altas habilidades, ou seja, com ritmo de
aprendizagem mais ágil que o normal. Eles participam de diversos projetos e
competições, sempre com essa preocupação de desenvolver algo que tenha um
impacto social”, conta Nuricel Aguilera, fundadora do Instituto Alpha Lumen.
No caso do HelpAlz,
a ideia que o originou surgiu da experiência pessoal de uma das estudantes.
“Minha bisavó tem Alzheimer, então quando estávamos conversando sobre criar um
app que tivesse um impacto social, pensei na lacuna que existe nessa área.
Não havia nada voltado para as famílias, só para os pacientes, mas que era
falho já que eles acabam perdendo a habilidade de usar o app com o tempo”,
conta Larissa.
Com a ferramenta, disponível
gratuitamente para sistema Android, as estudantes estão participando do
concurso Village to Raise a Child, promovido pela Universidade de Harvard, nos EUA. Dos 73
projetos participantes da primeira etapa, apenas 5 passaram para a fase
seguinte, entre eles o HelpAlz. “Tivemos que fazer um vídeo apresentando o
aplicativo que foi colocado em um site para votação popular. Passamos pela
primeira fase em segundo lugar”, comemora Larissa.
A próxima etapa será
uma série de entrevistas com membros da universidade. Os vencedores serão
anunciados no dia 25 de julho e passarão uma semana em Harvard para aprimorar o
dispositivo, consultar professores, entre outras atividades.
Nenhum comentário:
Postar um comentário