domingo, 23 de abril de 2017

Os valores olímpicos que os Jogos carregam

Os valores olímpicos que os Jogos carregam
Olimpíada tem origem na Grécia Antiga, onde entendia-se que beleza e força eram exercitadas pela ginástica e pelas artes, desenvolvendo alma e corpo juntos
KATIA RUBIO
 

Sua origem se associa às competições atléticas na Grécia, que eram realizadas para celebrar diferentes deuses. Por isso, muito do que se sabe sobre a história desse período se confunde com a mitologia. Na Grécia Antiga, as práticas atléticas eram consideradas uma obrigação moral, e os gregos entendiam que a beleza e a força eram exercitadas pela ginástica e pelas artes, desenvolvendo o corpo e a alma, e nunca um sem o outro.
Os Jogos Pan-Helênicos dividiam-se em quatro grandes competições atléticas na Grécia: os Jogos Olímpicos homenageavam Zeus; os Jogos Píticos celebravam Apolo; os Jogos Ístmicos celebravam Poseidon; os Jogos Nemeus ocorriam em honra a Hércules. Os Jogos Heranos eram disputados exclusivamente por mulheres e homenageavam a deusa Hera, esposa de Zeus. Havia ainda as Panateneias, realizadas em honra à deusa Atena. Uma Olimpíada é o nome dado ao período de quatro anos que separa uma edição dos Jogos Olímpicos da outra.
O Movimento Olímpico contemporâneo foi criado por Pierre de Coubertin. Ele acreditava que o esporte era uma importante forma de educação para a juventude. Para ele, mais importante que a vitória nas competições era a participação na disputa. E assim nasceu o Olimpismo que se refere ao conjunto de valores pedagógicos e filosóficos do Movimento Olímpico, e não apenas os Jogos Olímpicos. Os Jogos Olímpicos da Era Moderna tiveram sua primeira edição em 1896. As modernas Olimpíadas, ou seja, o período em que ocorrem as edições dos Jogos Olímpicos, dividem-se em Jogos de Inverno e de Verão, ocorrem de quatro em quatro anos, como na Antiguidade, alternando-se a cada dois anos entre os Jogos de Verão e os de Inverno. Atualmente, a realização das competições é disputada por metrópoles de países dos cinco continentes, em um processo que demanda alguns anos. As regras do Movimento Olímpico estão contidas na chamada Carta Olímpica.
Ao longo do século XX os Jogos Olímpicos deixaram de acontecer em três ocasiões: os Jogos da VI Olimpíada, em 1916 por causa da Primeira Guerra Mundial e os Jogos da XI e da XII Olimpíadas, em 1940 e 1944 por causa da Segunda Guerra Mundial.
Entre os símbolos olímpicos destacam-se a bandeira com os anéis entrelaçados. Ele foi criado em 1913, e cada um dos anéis coloridos representa um continente: o azul refere-se à Europa, o amarelo à Ásia, o preto à África, o verde à Oceania e o vermelho à América. Essas cores estão presentes em quase todas as bandeiras dos países do mundo. Somente nos Jogos Olímpicos de Antuérpia, em 1920, o símbolo, em fundo branco, foi utilizado pela primeira vez na bandeira olímpica que abriu o desfile das delegações.
A chama olímpica é considerada um dos elementos centrais dos Jogos Olímpicos desde a Antiguidade, quando o fogo representava a luz e o poder dos deuses presente na celebração olímpica. Acesa em um ritual no Templo de Hera, em Olímpia, a chama é passada para uma tocha e, então, é conduzida por atletas e pessoas de diferentes países até chegar ao estádio onde serão realizados os Jogos Olímpicos, quando então é acesa a chama olímpica, que será apagada somente ao final da cerimônia de encerramento dos Jogos Olímpicos.
As oliveiras eram árvores símbolo da Grécia, grande produtora de azeitonas e de azeite, fundamentais para os gregos tanto na alimentação como enquanto combustível para iluminar as casas. A coroa com ramos de oliveira simbolizava o triunfo do vencedor nas provas dos Jogos Olímpicos. Os demais Jogos Públicos premiavam seus vencedores com objeto de valor local, como a cora com ramos de louros.
Os Jogos Olímpicos basearam-se em um conjunto de valores que são a referência fundamental do Movimento Olímpico até os dias atuais. Desde que Pierre de Coubertin deu início ao Movimento Olímpico no final do século XIX, ele não desejava apenas criar uma competição esportiva. Alguns princípios éticos, pedagógicos e morais norteavam essa prática, que hoje representam a face pública do Olimpismo. Assim, o respeito, a coragem, a determinação, a inspiração e a igualdade são valores olímpicos por excelência, que funcionam como um Código de Conduta do Movimento Olímpico e buscam nortear as ações de todos os envolvidos nas atividades olímpicas, sejam elas competitivas, administrativas ou voluntárias.



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