Os
valores olímpicos que os Jogos carregam
Olimpíada tem origem na Grécia Antiga, onde
entendia-se que beleza e força eram exercitadas pela ginástica e pelas artes,
desenvolvendo alma e corpo juntos
KATIA RUBIO
Sua
origem se associa às competições atléticas na Grécia, que eram realizadas para
celebrar diferentes deuses. Por isso, muito do que se sabe sobre a história
desse período se confunde com a mitologia. Na Grécia Antiga, as práticas
atléticas eram consideradas uma obrigação moral, e os gregos entendiam que a
beleza e a força eram exercitadas pela ginástica e pelas artes, desenvolvendo o
corpo e a alma, e nunca um sem o outro.
Os Jogos
Pan-Helênicos dividiam-se em quatro grandes competições atléticas na Grécia: os
Jogos Olímpicos homenageavam Zeus; os Jogos Píticos celebravam Apolo; os Jogos
Ístmicos celebravam Poseidon; os Jogos Nemeus ocorriam em honra a Hércules. Os
Jogos Heranos eram disputados exclusivamente por mulheres e homenageavam a
deusa Hera, esposa de Zeus. Havia ainda as Panateneias, realizadas em honra à
deusa Atena. Uma Olimpíada é o nome dado ao período de quatro anos que separa
uma edição dos Jogos Olímpicos da outra.
O
Movimento Olímpico contemporâneo foi criado por Pierre de Coubertin. Ele
acreditava que o esporte era uma importante forma de educação para a juventude.
Para ele, mais importante que a vitória nas competições era a participação na
disputa. E assim nasceu o Olimpismo que se refere ao conjunto de valores
pedagógicos e filosóficos do Movimento Olímpico, e não apenas os Jogos
Olímpicos. Os Jogos Olímpicos da Era Moderna tiveram sua primeira edição em
1896. As modernas Olimpíadas, ou seja, o período em que ocorrem as edições dos
Jogos Olímpicos, dividem-se em Jogos de Inverno e de Verão, ocorrem de quatro
em quatro anos, como na Antiguidade, alternando-se a cada dois anos entre os
Jogos de Verão e os de Inverno. Atualmente, a realização das competições é
disputada por metrópoles de países dos cinco continentes, em um processo que
demanda alguns anos. As regras do Movimento Olímpico estão contidas na chamada
Carta Olímpica.
Ao longo
do século XX os Jogos Olímpicos deixaram de acontecer em três ocasiões: os
Jogos da VI Olimpíada, em 1916 por causa da Primeira Guerra Mundial e os Jogos
da XI e da XII Olimpíadas, em 1940 e 1944 por causa da Segunda Guerra Mundial.
Entre os
símbolos olímpicos destacam-se a bandeira com os anéis entrelaçados. Ele foi
criado em 1913, e cada um dos anéis coloridos representa um continente: o azul
refere-se à Europa, o amarelo à Ásia, o preto à África, o verde à Oceania e o
vermelho à América. Essas cores estão presentes em quase todas as bandeiras dos
países do mundo. Somente nos Jogos Olímpicos de Antuérpia, em 1920, o símbolo,
em fundo branco, foi utilizado pela primeira vez na bandeira olímpica que abriu
o desfile das delegações.
A chama
olímpica é considerada um dos elementos centrais dos Jogos Olímpicos desde a
Antiguidade, quando o fogo representava a luz e o poder dos deuses presente na
celebração olímpica. Acesa em um ritual no Templo de Hera, em Olímpia, a chama
é passada para uma tocha e, então, é conduzida por atletas e pessoas de
diferentes países até chegar ao estádio onde serão realizados os Jogos
Olímpicos, quando então é acesa a chama olímpica, que será apagada somente ao
final da cerimônia de encerramento dos Jogos Olímpicos.
As
oliveiras eram árvores símbolo da Grécia, grande produtora de azeitonas e de
azeite, fundamentais para os gregos tanto na alimentação como enquanto
combustível para iluminar as casas. A coroa com ramos de oliveira simbolizava o
triunfo do vencedor nas provas dos Jogos Olímpicos. Os demais Jogos Públicos
premiavam seus vencedores com objeto de valor local, como a cora com ramos de
louros.
Os Jogos
Olímpicos basearam-se em um conjunto de valores que são a referência
fundamental do Movimento Olímpico até os dias atuais. Desde que Pierre de
Coubertin deu início ao Movimento Olímpico no final do século XIX, ele não
desejava apenas criar uma competição esportiva. Alguns princípios éticos,
pedagógicos e morais norteavam essa prática, que hoje representam a face
pública do Olimpismo. Assim, o respeito, a coragem, a determinação, a
inspiração e a igualdade são valores olímpicos por excelência, que funcionam
como um Código de Conduta do Movimento Olímpico e buscam nortear as ações de
todos os envolvidos nas atividades olímpicas, sejam elas competitivas,
administrativas ou voluntárias.
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