sábado, 16 de fevereiro de 2013
segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013
As diferenças sociolinguísticas...
As diferenças sociolinguísticas
Andréa Gláucia de Souza
Os
brasileiros ditos letrados são exatamente aqueles que têm um poder aquisitivo
médio a alto e que desvalorizam qualquer que seja os pertencentes a classes
sociais inferiores à sua. Isso mostra que o aspecto econômico ainda é
preponderante, num país em que a riqueza de cultura é imensa, e que possui
riquezas em detalhes, tanto de linguagem quanto de expressão. Muitas vezes são
os iletrados que fazem a cultura crescer no Brasil, sem apoio financeiro ou
educacional, deixando o país mais vivo.
O
ensino de Língua Portuguesa tem sido muito discutido, não só no âmbito
educacional, mas também na sociedade como um todo, porque é através dela que se
consegue o domínio da leitura e escrita, possibilitando um entendimento
intelectual e de vida. Os(as) alunos(as) que estão saindo das escolas têm estas
deficiências graves relacionados ao português, na maioria das vezes decoram
regras sem contexto algum e quando precisam produzir textos ou mesmo ler não
sabem como fazê-lo e, por conseguinte, tem-se uma sociedade iletrada.
Este
ensino é visto de forma complicada tanto pelos alunos(as) quanto pelos
professores que de certa forma dificultam o aprendizado destes alunos(as). O
fracasso escolar está relacionado com o processo de aprendizagem, pois o(a)
aluno(a) bem alfabetizado chegará com melhor desempenho nas séries seguintes,
ou seja, o(a) aluno(a) letrado tem maiores possibilidades de sucesso em outras
disciplinas, irá ler bem e entender o que foi lido, deixando a sociedade mais
“descomplicada” em relação à língua que utiliza e com maior senso crítico do
que está sendo dito no mundo.
A
dificuldade de escrever o que está pensando ou falando é justamente de adequar
a oralidade à norma culta, que é vista nas escolas separadamente sem
contextualizá-las, ditando e fazendo com que o(a) aluno(a) decore regras
gramaticais sem critério algum. Sem considerar que o(a) aluno(a) tem o seu
repertório lingüístico próprio do meio em que vive, seus conhecimentos prévios
que poderiam ser usados para o entendimento e aprendizado dele. Por isso, a
sociolingüística vem para descomplicar o ensino de Língua Portuguesa.
Adentrar
no mundo do(a) aluno(a) com uma linguagem mais simples é tentar ficar mais
perto dele possibilitando um melhor aproveitamento do conteúdo, um
relacionamento mais próximo e harmônico. Isso não quer dizer que esse professor(a)
vai deixar de ensinar que a escrita é diferente da oralidade e que é preciso
aprender regras para conseguir escrever bem, mas também não vai desvalorizar a
linguagem e os dizeres do cotidiano do seu aluno.
As ações
...“Encontramos
ações educativas que representam um progresso na forma de introduzir os
brasileiros à cultura letrada, respeitando-lhe os antecedentes
sociolinguísticos e culturais.”
(BORTONI-RICARDO).
quinta-feira, 24 de janeiro de 2013
Clarice é Clarice...
Tenho cabeça, coração e me respeito. Acredito em sonhos,
não em utopia. Mas quando sonho, sonho alto. Estou aqui é pra viver,
cair, aprender, levantar e seguir em frente. Sou isso hoje, amanhã já me
reinventei. Sou complexa, sou mistura. Me perco, me procuro e me acho. E
quando necessário, enlouqueço e deixo rolar. Não me doo pela metade,
não sou tua meio amiga nem teu quase amor. Ou sou tudo ou sou nada. Não
suporto meio termos.
Clarice Lispector
Quem conta um conto...
DONA LICINHA
A |
senhora não me conhece. Faz tanto tempo e me
lembro de detalhes do seu jeito, sua voz, seu penteado e roupas... A senhora
ensinava na 3ª série B e eu era aluna da 3ª série C no Grupo Escolar do
Tatuapé... Passava no corredor fazendo figa para mudar de classe, pra minha
professora viajar e nunca mais voltar, pra diretora implicar e me mandar pra 3ª
B... Nunca tive tanta inveja na minha como tive das crianças da série B...
Lembro que na sua sala se ouviam
risadas quase o tempo todo. Maior gostosura! De vez em quando, um enorme
silêncio quebrado por uma voz suave... era hora de contar histórias.
Suspirando, eu grudava na janela e escutava o que podia... Também muitos piques
e hurras, brincadeiras correndo solto. Esconde-esconde, telefone-sem-fio,
campeonato de Geografia. Tanto fazia a aprontação inventada. Importava era
sentir a redonda contenteza dos alunos.
A sua sala era colorida com desenhos
das crianças, um painel com recortes de revistas e jornais, figurinhas bailando
em fios pendurados, mapas e fotos... Uma lindeza em fios rodopiante mudada toda
semana! Vi pela janela seus alunos fantasiados, pintados, emperucados,
representando cenas da História do Brasil! Maior maravilhamento! Demorei,
entendi. Quem nunca entendeu foi a minha professora... Seu segredo era ensinar
brincando. Na descoberta! Na contenteza!
Nunca ouvi berros, um “cala boca”,
“aqui quem manda sou eu” e outras mansidões que a minha professora dizia sem
cansar. Não escutei ameaças de provas de supetão, castigos, dobro da lição de
casa, chamar a diretora, com que a minha professora me aterrorizava o tempo
todo...
Dona Licinha, eu quis tanto ser sua
aluna quando fiz a 3ª série. Não fui... Hoje, tanto tempo depois, sou
professora. Também duma 3ª série. Agora sou sua colega... Só não esqueço que
queria estar na sua classe, seguir suas aulas risonhas, sem cobranças, sem
chateações, sem forças barras, sem fazer engolir o desinteressante. Numa sala
colorida, iluminada, brilhante. Também quero ser uma professora assim. Do seu
jeito abraçante.
Hoje, vi uma garotinha me espiando
pela janela. Arrepiei. Senti que estava chegando num jeito legal de estar numa
sala de aula... Por isso resolvi escrever para a senhora. Vontadona engolida
por décadas. Tinha que dizer que continuo querendo muito ser aluna da dona
Licinha. Agora, aluna de como ser professora. Fazendo meus alunos viverem
surpresas inventivas. Um abraço apertado, cheinho de gostosuras, da Ciça.
Conto de Fanny Abramovich. Nova Escola
quarta-feira, 5 de dezembro de 2012
Vamos pensar!!!!!!!!!!
Um
aparente paradoxo
Uma
reportagem desta edição de Veja se detém diante de um aparente paradoxo. Apesar
de o Brasil ocupar apenas a 130º posição no ranking anual Doeing Business, que
classifica 185 países por seu bom ambiente de negócios – o que nos deixa nas
imediações de Uganda, Etiópia e Quênia – somos o sexto maior receptor de
investimentos estrangeiros do mundo. Com 60 bilhões de dólares estimados para o
fim de 2012, o país fica atrás somente de China, Estados Unidos, Hong Kong,
França e Reino Unido. Como se explica a coexistência de fenômenos tão díspares
no Brasil?
O
primeiro impulso é concluir que os investidores estão mal informados sobre a
insanidade burocrática, o labirinto fiscal, a ingerência exagerada do governo
na economia e a fúria legiferante, realidades que nos equiparam aos países mais
hostis à atividade produtiva. Não. Os investidores sabem muito bem as
dificuldades de se estabelecerem no Brasil. A conclusão correta é que vêm para
cá apesar de todos os obstáculos.
O
Brasil tem o agronegócio exportador mais produtivo do mundo, tem minério,
petróleo, mas, principalmente, tem um grande mercado interno, que agregou no
decorrer da última década 40 milhões de novos e ávidos consumidores. Eles são a
garantia de demanda aquecida. O governo não perde uma chance de reafirmar que,
para ter acesso sem barreiras aos consumidores brasileiros, é preciso fabricar
no Brasil. Por isso, mais de 40% dos dólares investidos no país miram o mercado
consumidor de produtos ou serviços. Seguindo o caminho da Peugeot Citroën,
Toyota, Honda e Hyndai, a alemã BMW anunciou na semana passada que vai erguer
uma fábrica em Araquari, no norte de Santa Catarina. O entrevistado das Páginas
Amarelas desta edição, Edson de Godoy Bueno, da Amil, é o exemplo mais recente
no setor de saúde. Ele vendeu parte de sua empresa a um grupo americano por
mais de 6 bilhões de reais.
Com
tanta coisa a favor, é de imaginar o salto de qualidade de vida que o Brasil
daria a sua população se capinasse a selva burocrática, racionalizasse a
cobrança de impostos e incinerasse as resmas de leis inaplicáveis ou inúteis.
Mudaria de patamar econômico. Livre desses entraves à atividade produtiva,o
Brasil certamente sairia do último vagão dos países de ambiente empresarial
inóspito para disputar um lugar de locomotiva.
(Revista Veja, 31 de outubro de 2012)
1 – Qual a ideia principal do
texto?
2 – Na última oração do 1º
parágrafo a palavra ‘díspares’ poderia ser substituída por ‘iguais’ sem mudança
no sentido? Justifique sua resposta.
3 – Quais os argumentos que foram
usados no texto para fundamentar as ideias?
4 – Qual o gênero do texto?
Marque a alternativa correta e justifique sua resposta.
a)
Um conto;
b)
Uma
dissertação-argumentativa;
c)
Uma
entrevista;
d)
Uma carta
argumentativa;
e)
Uma fábula.
5 – quais as características do
gênero escolhido na questão anterior?
6 – Qual a finalidade desse
gênero?
7 – No 3º parágrafo na linha 5 o
conectivo ‘por isso’ poderia ser substituído por ‘para que’ sem perder o
sentido? Justifique.
domingo, 2 de dezembro de 2012
Vamos saber mais...
MOVIMENTO
NEGRO
Uma das formas que as pessoas encontram para
fazerem valer os seus direitos é a organização da população em movimento
sociais. Quando a população se organiza e cria diversas formas de reivindicar
os seus direitos como, por exemplo, exigir dos governantes mais escola de
qualidade e melhores condições de vida, dizemos que a população está exercendo
a cidadania.
As populações negras e seus descendentes
tiveram que fazer isso para serem reconhecidos os seus direitos. Muitos são os
movimentos liderados por grupos presentes em toda a história do Brasil. Você
viu a revolta do Quilombo dos Palmares como exemplo da resistência negra contra
a escravidão.
O vinte de novembro, celebrado hoje como o
Dia Nacional da Consciência Negra, foi organizado pelo Movimento Negro
Unificado, em 1978. A data não foi escolhida ao acaso, e sim em homenagem a
Zumbi, líder maior do Quilombo dos Palmares e símbolo da resistência negra.
Como o Quilombo dos Palmares, centenas de
movimentos negros se espalharam pelo país. Desde as fugas para os quilombos e a
luta pela abolição da escravatura, até os dias de hoje, os movimentos negros ao
lado de outros movimentos sociais têm como objetivo lutar pela justiça social e
pelos direitos das populações discriminadas pela desigualdade.
Principais
Reivindicações: “Nós, membros da população negra brasileira, entendendo como
negro todo aquele que possui na cor da pele, no rosto ou nos cabelos sinais
característicos dessa raça, resolvemos juntar nossas forças e lutar por:
·
Defesa do povo negro em todos os aspectos políticos, econômicos,
sociais e culturais;
·
Maiores oportunidades de emprego;
·
Melhor assistência à saúde, à educação e à habitação;
·
Reavaliação do papel do negro na História do Brasil;
·
Valorização da cultura negra e combate sistemático à sua
comercialização, à folclorização e à distorção;
·
Extinção de todas as formas de perseguição, exploração, repressão
e violência a que somos submetidos;
·
Liberdade de organização e de expressão do povo negro.”
Graças aos movimentos negros, muita coisa já
mudou e várias conquistas sociais ocorreram nas comunidades negras. Entretanto,
a luta é difícil e precisa de muita organização para enfrentar aqueles que se
acham donos do poder e nele querem se perpetuar.
Entre as bandeiras dos movimentos negros,
está a questão da terra, da moradia, da escola e da conquista dos espaços nas
universidades, participação em cargos públicos e o reconhecimento do cidadão
negro.
Os movimentos negros veem no 13 de maio, data
da assinatura da Lei Áurea, uma farsa. A Lei Áurea tem esse nome por ser a mais
importante lei abolicionista na visão das elites. Esta Lei aboliu,
oficialmente, a escravidão, mas pode ser considerada uma farsa porque não
trouxe nenhuma proteção ao ex-escravo nem políticas públicas que lhe
possibilitassem condições de vida.
Por isso, os movimentos negros preferem
comemorar o dia 20 de novembro, considerado por eles como o Dia da Consciência
Negra. A abolição ainda é um sonho que está sendo conquistado todos os dias,
nas lutas e nos movimentos afro-brasileiros.
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