domingo, 17 de fevereiro de 2013

E vamos sonhar...





SONHOS...


    F

inalmente os computadores chegaram à escola. Os alunos olharam para eles com orgulho, curiosidade e respeito.
            Naquela noite, Marilena foi dormir feliz. Muito romântica, sonhava com um príncipe encantado e, para ela, o computador era como um super-héroi. Acreditava que ele transformaria sua vida.
“Mas como? Não entendo nada de computação...” – pensou, insegura. E, para espantar a preocupação, virou-se na cama.
            De repente, ouviu um ruído estranho. Olhou para o canto do quarto e... iluminado por uma luz azulada, lá estava ele: o computador. Intrigada, a menina levantou-se, aproximou-se, pé ante pé, e qual não foi seu espanto quando surgiu na tela um jovem simpático que foi se apresentando:
-          Oi, Marilena! Prazer, eu sou o S.O.
-          Oi! – respondeu ela, bastante surpresa. E pensou: “S.O.? Só espero que não seja Serapiano Osmundo...”
Como se tivesse adivinhado, o rapaz explicou:
-          S.O., de “Sistema Operacional”, viu? E foi você mesma que me escolheu...
Sorrindo ao perceber o olhar de espanto da garota, S.O. completou: - ... para coordenar os trabalhos aqui.
A menina sorriu encabulada e tentou fingir que sabia da existência de outros “sistemas operacionais” e da possibilidade de escolher entre eles. Depois, resolveu confessar:
-          É, é... que nunca tive um – gaguejou ela.
E comentou, preocupada:
-          Computador... parece só para homem...
Aí foi a vez de S.O. ficar admirado:
-          Para homem? Você nunca ouviu falar de Ada Lovelace? Em meados do século 19, Ada criou o primeiro programa de computador. Ela foi a primeira programadora do mundo!
-          Nessa época já existia computador? – perguntou a menina, surpresa.
-          Bem, computador, computador... – hesitou ele. – Os programas de Ada eram pra ser usados num avô dos micros... um precursor do computador, planejando por Charles Babbage, um matemático e cientista meio maluco.
E o rapaz acrescentou com um olhar sedutor:
-          Dizem que eles eram apaixonados.
Para Marilena, descortinaram-se novas perspectivas.
E ela sorriu.

Conto de Edith Modesto

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