Quincas
Borba – Machado de Assis
Após a morte de Quincas Borba, narrada no
livro Memórias póstumas de Brás Cubas, a fortuna herdada por ele
foi deixada para seu amigo Rubião, professor de Barbacena, cidade onde residia
o filósofo. O dinheiro vem acompanhado do compromisso de cuidar do cachorro,
também chamado Quincas Borba.
Subitamente enriquecido, Rubião se muda para o Rio
de Janeiro e já na viagem conhece o casal Sofia e Cristiano Palha, que se
comprometem a apresentar-lhe a corte e cuidar para que ele não seja alvo de
aproveitadores. De fato, Sofia e Cristiano logo incluem Rubião em seu círculo
de amizades.
Com a convivência, nasce o interesse de Rubião pela
bela Sofia. Ela logo percebe a paixão que provoca, utilizando-se disso para
envolver ainda mais o milionário. Acreditando-se correspondido, Rubião se
declara à amada durante um baile. Sofia comenta com o marido a ousadia do
convidado, mas Cristiano tenta diminuir a ira da esposa, comentando que já
devia muito dinheiro a Rubião. O marido ainda sugere que ela alimente aquele
sentimento, para que eles possam continuar a explorar o pobre milionário.
Frustradas suas tentativas amorosas, Rubião decide
deixar o Rio de Janeiro. Cristiano fica preocupado com a notícia, que o afasta
de sua principal fonte de renda. Por isso, insiste com o amigo para que fique,
acenando com futuros reencontros com Sofia. Acompanha-o nessa tentativa certo
Camacho, político que também tira vantagem da bondade e da ingenuidade de
Rubião. Convencido, este decide permanecer no Rio de Janeiro.
Rubião e Cristiano se tornam sócios em uma
importadora, Palha & Cia. Com o tempo, o capitalista passa a administrar os
bens e a fortuna do mineiro. A condição de vida do casal Palha melhora a olhos
vistos. Rubião continua a frequentar a casa. Passa a sentir ciúmes crescentes
do jovem Carlos Maria, que dirige gracejos a Sofia. Atingindo o estado de
desespero, Rubião chega certa vez a gritar com Sofia, insinuando o adultério. A
mulher contorna a situação e prova sua inocência, posteriormente confirmada com
o casamento de Carlos Maria com Maria Benedita, prima de Sofia.
Cristiano rompe a sociedade com Rubião, alegando a
necessidade de desligar-se da empresa a fim de capacitar-se a assumir cargos no
sistema financeiro. Na verdade, já estabelecido, Cristiano quer continuar a
conduzir sozinho os seus negócios. Sofia também se afasta de Rubião, recusando
seus insistentes convites para passeios.
Enlouquecido de desejo, Rubião visita Sofia, mas a
encontra de saída. Quando ela sobe na carruagem que a espera, ele também entra,
intempestivamente, baixando em seguida as cortinas. Mais uma vez, declara-se a
ela, desta vez acrescentando ser Napoleão III e ela, sua amante. Sofia percebe
a demência de Rubião.
Logo, a notícia se espalha por toda a cidade. Seus
delírios se acentuam à mesma proporção em que seu patrimônio diminui. Por
insistência de amigos, os “Palha” assumem a responsabilidade de cuidar do
doente. Como primeira providência, transferem-no para uma casa mais humilde. Os
acessos de loucura continuam e Rubião acaba internado em um hospício.
Rubião foge e, acompanhado do cão, retorna a
Barbacena. Ninguém os recebe e os dois acabam dormindo na rua. No dia seguinte,
Rubião morre, ainda acreditando ser um imperador francês.
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